Nova variante do HIV circula no Brasil e preocupa pesquisadores; saiba mais sobre o vírus recombinante CRF146_BC.

Uma nova variante do vírus da imunodeficiência humana (HIV) foi descoberta no Brasil, de acordo com um estudo realizado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A pesquisa, publicada na revista “Memórias do Instituto Oswaldo Cruz” na última sexta-feira, 16, identificou quatro registros do vírus recombinante nos estados da Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Essa nova variante, denominada CRF146_BC, combina genes dos subtipos B e C do HIV, que são os mais comuns no Brasil. Segundo os pesquisadores, a taxa de dupla infecção é uma característica que chama a atenção nesses casos, pois os indivíduos estão se contaminando e recontaminando, gerando essas novas formas recombinantes do vírus.

A bióloga Joana Paixão Monteiro-Cunha, coautora da pesquisa, explica que a criação de variantes como essa ocorre quando dois subtipos do vírus se encontram no mesmo organismo e combinam suas características genéticas. Os vírus recombinantes podem ser únicos ou viáveis/circulantes, como é o caso da CRF146_BC.

O estudo, realizado a partir de análises de amostras de pacientes infectados em Salvador, revelou que os quatro casos identificados não são provenientes de um paciente zero, mas sim de transmissões da nova variante. Até o momento, não há informações sobre a transmissibilidade ou virulência da CRF146_BC, mas Joana ressalta que certas mutações poderiam alterar essas características do vírus.

Por isso, ela destaca a importância de programas que reforcem medidas preventivas, como o uso de preservativos e a não compartilhamento de seringas, para conter a propagação dessas variantes. O estudo serve como um alerta para a população e os órgãos de saúde responsáveis pela vigilância epidemiológica do HIV. Ainda há muito a ser investigado sobre o impacto dessas novas variantes na epidemia, e a ação preventiva é crucial para controlar a disseminação do vírus.

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