Essa é a maior quantidade de candidaturas únicas em eleições dos últimos sete pleitos, desde o ano 2000, conforme levantamento da CNM. O presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, aponta que os desafios de concorrer nas pequenas cidades podem desestimular as pessoas a se candidatarem às prefeituras locais, devido à falta de recursos financeiros, apoio técnico, questões burocráticas e entraves jurídicos.
A média populacional dos municípios com candidato único é de 6,7 mil habitantes, com destaque para estados como Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso, que lideram o ranking com o maior número de candidaturas únicas. Além disso, o total de candidaturas nesta eleição teve uma redução de 20%, passando de 19,3 mil em 2020 para 15,4 mil em 2024.
É importante ressaltar também que houve um aumento no número de municípios com até dois candidatos ao cargo de prefeito, com 53% das cidades brasileiras tendo no máximo dois concorrentes, segundo dados do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). Isso significa que cerca de 1,6 milhão de brasileiros ficarão sem a opção de escolha nas eleições municipais, enquanto outros 35,7 milhões terão apenas duas opções de candidatos.
A polarização entre esquerda e direita, tão evidente em níveis estaduais e federais, não se manifesta da mesma forma nas disputas municipais, de acordo com análises do Inesc. Os candidatos únicos são, em sua maioria, homens brancos ligados a partidos de direita. Por outro lado, a CNM aponta que a ocupação mais comum entre os candidatos únicos é a de “prefeito”, seguida por “empresário” e “agricultor”, enquanto partidos como MDB, PSD, PP e União dominam as candidaturas únicas.
Portanto, diante desse cenário atípico, as eleições municipais deste ano revelam desafios e peculiaridades que merecem atenção e reflexão por parte dos eleitores e da sociedade em geral.