EUA alertam que eleição popular de juízes no México ameaça relação comercial e beneficia cartéis do narcotráfico.

O embaixador dos Estados Unidos no México, Ken Salazar, emitiu um comunicado nesta quinta-feira (22) alertando sobre os possíveis impactos negativos da eleição popular de juízes proposta pelo governo mexicano. De acordo com Salazar, essa medida pode ameaçar a histórica relação comercial entre os dois países e facilitar a atuação dos cartéis do narcotráfico.

Segundo o embaixador, a eleição direta de juízes pode resultar em magistrados inexperientes com motivações políticas, o que poderia favorecer grupos criminosos. Ele ressaltou que essa proposta representa um grande risco para a democracia no México.

Vale ressaltar que os Estados Unidos e o México são parceiros comerciais importantes, sendo o México o principal parceiro comercial dos EUA após desbancar a China em 2023. Ambos os países também fazem parte do tratado de livre comércio T-MEC, juntamente com o Canadá.

A proposta de eleição de juízes por voto popular faz parte de uma reforma do poder judiciário apresentada pelo presidente de esquerda Andrés Manuel López Obrador. Essa medida será discutida na próxima legislatura, que terá início em 1º de setembro, com a maioria governista no Congresso.

Apesar de reconhecer a necessidade de reformas no sistema judiciário do México, o embaixador americano ressaltou que a iniciativa em questão não contribuirá para combater a corrupção, conforme prometido por López Obrador. A reforma conta com o apoio da próxima presidente do México, Claudia Sheinbaum, que assumirá o cargo em outubro.

Portanto, a proposta de eleição popular de juízes no México continua sendo alvo de debate e controvérsia, principalmente devido aos possíveis impactos que pode ter na relação comercial com os Estados Unidos e no combate aos cartéis do narcotráfico. É aguardado que essa questão seja discutida e avaliada com cautela nas próximas semanas.

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