Os pais da adolescente não apenas não acreditaram na denúncia de estupro feita pela filha, como também a culparam pela situação, chegando ao ponto de usar correntes para prendê-la. O objetivo dos genitores era evitar que a menina fosse até a delegacia denunciar as agressões, o estupro e as lesões que surgiram em decorrência dos maus-tratos.
Durante o período em que ficou acorrentada, a adolescente foi constantemente agredida, ameaçada e humilhada. Segundo a Polícia Civil, ela só era solta para realizar tarefas essenciais e depois era acorrentada novamente, sendo monitorada por câmeras de segurança.
Após o fim do castigo e o desaparecimento das lesões, a jovem retornou à escola e compartilhou com uma professora as imagens das agressões feitas pela própria mãe. A professora então acompanhou a adolescente até a Delegacia Especializada de Crimes Contra Criança e Adolescente, onde foi instaurado o inquérito policial para apurar os maus-tratos.
A Polícia Civil informou que está investigando o caso e prometeu fornecer mais detalhes em uma coletiva de imprensa marcada para esta sexta-feira. A denúncia de violência doméstica e abuso sexual chocou o estado e levantou debates sobre a importância de acreditar nas vítimas e combater a cultura do silêncio.