A faixa etária mais vitimada é a dos 15 a 19 anos, onde os garotos correspondem a 92,4% das mortes, enquanto as meninas representam apenas 7,6%. Além disso, 83,6% dos jovens mortos são da raça negra, evidenciando a desigualdade racial nesse cenário. O estudo classifica como morte violenta intencional (MVI) os casos de homicídio doloso, feminicídio, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenção policial.
Durante uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos, foi destacada a gravidade da situação, com os participantes ressaltando a epidemia de violência contra os jovens no país, especialmente os negros. O pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Cauê Martins, enfatizou a necessidade de compreender as diferentes nuances da violência letal que atinge as crianças e adolescentes no Brasil.
Ele alertou para o aumento preocupante de 19,2% no número de MVI entre crianças de 0 a 4 anos, enquanto houve uma redução em outras faixas etárias. O pesquisador também ressaltou a importância de políticas públicas focadas na prevenção da violência e na promoção da educação e do emprego para os jovens negros, a fim de reduzir esses índices alarmantes.
Além disso, a interseccionalidade dos fatores, como raça e gênero, agrava a vulnerabilidade de certos grupos sociais. O papel do Estado, especialmente das forças de segurança pública, também foi questionado, destacando a desproporcionalidade das mortes por ações policiais entre adolescentes.
Diante desse cenário preocupante, é fundamental que medidas eficazes sejam adotadas para proteger a vida e a integridade das crianças e dos adolescentes no Brasil, combatendo a violência de forma ampla e sistêmica. A prevenção, a educação e o investimento em políticas públicas são chaves para reverter esse quadro e garantir um futuro mais seguro e justo para a juventude do país.