Esse percentual se baseia nas emissões de 2005 e representa uma redução drástica em relação às 2,4 bilhões de toneladas líquidas emitidas anualmente há 19 anos. O estudo levou em consideração a capacidade da atmosfera de suportar gases do efeito estufa para manter o aumento da temperatura global em 1,5ºC, bem como a participação do Brasil nas emissões globais levando em conta a mudança no uso da terra promovida no país.
O secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, destacou a importância desse cálculo para atender às necessidades do planeta. Segundo ele, é preciso olhar para o histórico do Brasil em relação às metas de redução de emissões e identificar o esforço necessário para manter o aumento da temperatura em 1,5ºC.
Essa proposta foi apresentada durante a terceira contribuição do Brasil para a meta climática na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, em Belém do Pará. O país é signatário do Acordo de Paris, que estabelece a necessidade de apresentar a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) até fevereiro de 2025.
A pesquisa realizada pelo Observatório do Clima aponta para a urgência de alcançar outras ambições, como o desmatamento zero até 2030, a recuperação de áreas de vegetação nativa, o combate à degradação ambiental, a transição energética e para práticas de agropecuária de baixa emissão. Além disso, medidas como a gestão adequada dos resíduos também são fundamentais para atingir a meta de redução de 92% das emissões de gases do efeito estufa no país.
Portanto, é crucial que gestores públicos sejam pressionados a adotar políticas e medidas que possam contribuir efetivamente para a redução das emissões e o combate ao aquecimento global. Os dados apresentados pelo Observatório do Clima revelam a necessidade de ações urgentes e mais ambiciosas por parte do Brasil para enfrentar a crise climática e suas consequências.