Mudança no comando da PF no Amazonas preocupa União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, que teme prejuízo em investigações em andamento.

O comando da Superintendência da Polícia Federal no Amazonas sofreu uma mudança recente que está causando preocupação na União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). A entidade expressou sua inquietação com a substituição do delegado responsável pela regional, temendo possíveis impactos nas investigações em andamento. Entre os casos que podem ser prejudicados está o do assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, ocorrido em junho de 2022.

O delegado Umberto Ramos Rodrigues, que estava à frente da superintendência desde março de 2023, foi substituído pelo delegado João Paulo Garrido Pimentel. Essa troca levanta diversas questões para a Univaja, que manifestou preocupação com a redistribuição dos inquéritos em andamento. Em especial, a entidade se preocupa com o caso do massacre no Rio Abacaxis, onde autoridades do alto escalão amazonense estão sob investigação.

A redistribuição do inquérito dos assassinatos de Dom, Bruno e Maxciel a outro delegado é vista pela Univaja como prejudicial para o andamento das investigações, que poderiam resultar na elucidação dos crimes e em possíveis envolvimentos de autoridades locais em práticas criminosas.

Além disso, a entidade também destaca o Massacre do Rio Abacaxis, onde seis pessoas foram executadas e outras duas desapareceram, envolvendo suspeitas contra aproximadamente 130 policiais. Em relação ao caso de Dom e Bruno, aguarda-se a definição da data para o júri popular dos réus.

Em entrevista à Agência Brasil, o líder Eliésio Marubo pontuou a importância da transparência na mudança de comando da PF no Amazonas. Ele elogiou o trabalho de Umberto Ramos Rodrigues e levantou a possibilidade de alianças políticas em movimento nos bastidores, visando garantir benefícios a figuras ligadas aos casos em investigação.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) também foi mencionada, destacando a criação de uma mesa de trabalho conjunta para proteger membros da Univaja. No entanto, o plano de ação estabelecido não foi colocado em prática até o momento, o que tem gerado frustração na entidade indígena.

Diante de tantas incertezas e questionamentos, a Agência Brasil entrou em contato com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, assim como o escritório da PF no Amazonas, aguardando retorno para esclarecer os motivos por trás da troca de comando e garantir a continuidade das investigações em curso.

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