O delegado Umberto Ramos Rodrigues, que estava à frente da superintendência desde março de 2023, foi substituído pelo delegado João Paulo Garrido Pimentel. Essa troca levanta diversas questões para a Univaja, que manifestou preocupação com a redistribuição dos inquéritos em andamento. Em especial, a entidade se preocupa com o caso do massacre no Rio Abacaxis, onde autoridades do alto escalão amazonense estão sob investigação.
A redistribuição do inquérito dos assassinatos de Dom, Bruno e Maxciel a outro delegado é vista pela Univaja como prejudicial para o andamento das investigações, que poderiam resultar na elucidação dos crimes e em possíveis envolvimentos de autoridades locais em práticas criminosas.
Além disso, a entidade também destaca o Massacre do Rio Abacaxis, onde seis pessoas foram executadas e outras duas desapareceram, envolvendo suspeitas contra aproximadamente 130 policiais. Em relação ao caso de Dom e Bruno, aguarda-se a definição da data para o júri popular dos réus.
Em entrevista à Agência Brasil, o líder Eliésio Marubo pontuou a importância da transparência na mudança de comando da PF no Amazonas. Ele elogiou o trabalho de Umberto Ramos Rodrigues e levantou a possibilidade de alianças políticas em movimento nos bastidores, visando garantir benefícios a figuras ligadas aos casos em investigação.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) também foi mencionada, destacando a criação de uma mesa de trabalho conjunta para proteger membros da Univaja. No entanto, o plano de ação estabelecido não foi colocado em prática até o momento, o que tem gerado frustração na entidade indígena.
Diante de tantas incertezas e questionamentos, a Agência Brasil entrou em contato com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, assim como o escritório da PF no Amazonas, aguardando retorno para esclarecer os motivos por trás da troca de comando e garantir a continuidade das investigações em curso.