O Cimi afirmou que a maioria dos feridos eram jovens mulheres e que um motorista da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) foi chamado para transportar os feridos para um hospital da região. Os indígenas avá guarani gravaram a perseguição ao vivo, mostrando os disparos, gritos e a presença das caminhonetes dos agressores nas redes sociais. A entidade repudiou veementemente a violência perpetrada pelos fazendeiros, classificando-a como corriqueira e cruel.
A situação na região já era tensa devido a conflitos antigos em relação à demarcação de território. A suspensão do processo de demarcação por decisão judicial e a falta de avanços nesse sentido contribuíram para a escalada da violência. A anulação da tese do marco temporal, que daria aos indígenas direitos sobre territórios ocupados antes de 1988, foi uma esperança não concretizada, resultando em mais hostilidades.
A estratégia de criminalização das lideranças indígenas e os ataques aos povos tradicionais têm sido uma constante na região. A Terra Indígena Tekoha Guasu Guavira abrange os municípios de Guaíra, Altônia e Terra Roxa, no Paraná, e enfrenta conflitos envolvendo fazendeiros e indígenas avá guarani.
A falta de ação efetiva das forças de segurança diante dos ataques preocupa as entidades que defendem os direitos indígenas. O Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná e a Polícia Federal foram contatados, mas não forneceram respostas imediatas. A tensão persiste na região e medidas urgentes são necessárias para garantir a segurança e os direitos dos indígenas avá guarani.