Oposição na Câmara dos Deputados aprova pacote para discutir crise política na Venezuela em dia de derrota do governo Lula.

Na tarde desta quarta-feira, dia 28, a oposição na Câmara dos Deputados mostrou sua força ao aprovar um pacote com nove requerimentos relacionados à crise política na Venezuela, em meio a uma derrota para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Os deputados demonstraram seu interesse em discutir questões como a postura oficial do Brasil, o impasse político venezuelano, os indícios de fraude na reeleição de Maduro e o agravamento do regime chavista.

Entre os requerimentos aprovados, estão convites para a realização de audiências públicas que visam questionar autoridades do governo Lula diretamente envolvidas na mediação entre o regime chavista e a oposição. Entre os convocados estão o assessor especial Celso Amorim, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e a embaixadora do Brasil em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira. A expectativa é que eles compareçam à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden) em uma data a ser definida.

Além disso, os deputados aprovaram a realização de audiências para ouvir lideranças da oposição venezuelana, incluindo María Corina Machado e Edmundo González. Ambos são reconhecidos por parte da comunidade internacional como os verdadeiros vencedores das últimas eleições presidenciais, mas vivem na clandestinidade devido às ameaças do regime chavista.

A oposição também aprovou moções de repúdio à ditadura venezuelana, contestando a condução do processo eleitoral no país e as prisões arbitrárias durante os protestos. Essas ações evidenciaram a força da oposição e tendem a desgastar o governo Lula, que não reconhece a Venezuela como uma ditadura, mas como um regime de viés autoritário.

Os deputados seguiram em frente com a aprovação dos requerimentos, mesmo com a oposição do PT. A atmosfera na comissão da Câmara foi descrita como mais hostil e complicada do que a do Senado, com a maioria dos opositores unida em seus métodos de interpelação.

Por acordo, os principais conselheiros de Lula deverão dar explicações sobre a condução diplomática do Brasil na crise venezuelana em audiências separadas. As datas sugeridas para essas audiências são entre 9 e 11 de setembro, com um prazo limite até o dia 16 de outubro. No entanto, alguns contratempos, como a viagem do ministro Mauro Vieira à Ásia, estão sendo considerados na organização dos eventos.

Em resumo, a oposição na Câmara dos Deputados deixou claro seu posicionamento em relação à crise política na Venezuela e colocou o governo de Lula em uma posição delicada, diante dos questionamentos e pressões que surgiram no âmbito parlamentar. A expectativa é que as audiências e os depoimentos das autoridades envolvidas tragam novos esclarecimentos sobre a postura do Brasil em relação à crise venezuelana.

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