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Ministério Público da Venezuela convoca opositor investigado por fraude eleitoral para depor e alerta sobre possível ordem de prisão

O Ministério Público da Venezuela convocou o opositor Edmundo González para prestar depoimento na sexta-feira (30), em meio a uma investigação sobre suas denúncias de fraude nas eleições presidenciais de 28 de julho. Segundo informações divulgadas pelo órgão nesta quinta-feira (29), esta é a terceira convocação feita esta semana.

As duas convocações anteriores foram ignoradas por González, que alega que o Ministério Público está atuando como um “acusador político”, sem garantias de independência e devido processo legal. Se ele não comparecer ao depoimento na data marcada, uma ordem de prisão preventiva será emitida, com base no risco de fuga.

González Urrutia, que está completando 75 anos, está em paradeiro desconhecido desde 30 de julho, quando fez sua última aparição pública. Desde então, tem se comunicado apenas por redes sociais. A citação do Ministério Público não especifica em que capacidade ele foi convocado – como acusado, testemunha ou perito – e menciona uma “entrevista relacionada aos fatos investigados”, que incluem alegações de usurpação de funções e falsificação de documento público, crimes passíveis de até 30 anos de prisão.

Além disso, González está sob investigação por incitamento à desobediência às leis e crimes digitais. A citação foca em um site onde a oposição divulgou cópias de mais de 80% das atas de votação, alegando que esses documentos comprovam a vitória de González nas eleições e a fraude cometida por Maduro. Os documentos foram rejeitados pelo governo chavista, e o Tribunal Supremo determinou uma investigação após validar o resultado oficial proclamado pelo Conselho Nacional Eleitoral.

A situação de González evidencia a tensão política e a polarização na Venezuela, em um cenário conturbado pela disputa de poder entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição liderada por María Corina Machado. Os desdobramentos desse caso serão acompanhados de perto, à medida que a situação política no país sul-americano continua a gerar repercussões internas e externas.

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