Mpox: O que sabemos até agora sobre o vírus que se espalha rapidamente na África e leva à emergência de saúde global

Em meio a um cenário de incertezas e ansiedade, a Organização Mundial da Saúde declarou a mpox como uma emergência de saúde global neste mês. O vírus, anteriormente conhecido como varíola dos macacos, está se espalhando de forma rápida e preocupante em partes da África, com destaque para a República Democrática do Congo.

O surto foi impulsionado por uma nova versão do vírus, que já foi identificada em países como Suécia e Tailândia. Essa rápida evolução da situação tem gerado preocupações sobre quem está em risco de infecção e os meios de propagação do vírus.

Taimur Khan, diretor associado de pesquisa médica do Fenway Health em Boston, destaca que, apesar da preocupação, não há a mesma surpresa que houve com a Covid-19, pois a mpox é um vírus com o qual estamos familiarizados até certo ponto, e já temos ferramentas para lidar com ele.

Os especialistas apontam que a transmissão da mpox está evoluindo juntamente com o vírus. No surto atual, muitos casos foram causados por contato sexual, mas o vírus também pode se espalhar por outras vias, como interações pele a pele, contato com animais infectados, e até mesmo por superfícies contaminadas. A transmissão através de gotículas respiratórias e contato prolongado cara a cara também está sendo investigada.

Carlos del Rio, especialista em doenças infecciosas da Universidade Emory, ressalta que o risco para os americanos é extremamente pequeno, enquanto trabalhadores da saúde e pessoas convivendo com pacientes com mpox estão mais suscetíveis à infecção.

A gravidade dos casos varia devido a diversos fatores, incluindo o sistema imunológico da pessoa afetada. Bebês, crianças e pessoas imunocomprometidas são mais propensas a desenvolver casos graves da doença. No entanto, a situação nos Estados Unidos ainda está sob controle, com o surto atual da mpox não sendo tão expressivo quanto o de 2022.

Quanto à vacinação, é essencial ampliar o acesso às vacinas para conter o surto na África, considerando que a nova cepa do vírus ainda não foi detectada nos EUA. No Brasil, a ministra da Saúde afirmou que a vacinação em larga escala não será uma estratégia para a mpox, sendo direcionada a grupos específicos vulneráveis.

Os cientistas continuam estudando a eficácia das vacinas e a duração da proteção oferecida por elas. Apesar de ainda haver casos de mpox entre pessoas vacinadas, a gravidade da doença tende a ser menor. A mensagem dos especialistas é clara: a vacinação é fundamental para proteger a população e conter a propagação do vírus. A batalha contra a mpox continua, e a ciência está empenhada em encontrar respostas para enfrentar esse desafio de saúde global.

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