O problema teve origem na hidrelétrica Simón Bolívar, a principal geradora de eletricidade do país, causando um apagão que reviveu o fantasma do maciço blecaute de 2019, que se estendeu por cerca de cinco dias. O presidente Maduro afirmou que a situação estava sendo normalizada passo a passo, com garantias e segurança, sem detalhes para evitar um possível contra-ataque.
As interrupções no serviço elétrico são frequentes na Venezuela há uma década, especialmente nas províncias. Maduro geralmente atribui esses eventos a planos da oposição para derrubá-lo, embora especialistas apontem a falta de investimento e manutenção no sistema elétrico como a verdadeira razão por trás dos apagões.
A energia começou a retornar em alguns estados após 12 horas de blecaute, estendendo-se pelo país até a madrugada de sábado. No entanto, regiões como Mérida, Táchira, Lara, Zulia e Bolívar ainda apresentavam falhas no fornecimento energético. A ONG VE Sin Filtro, responsável por medir a conectividade à internet no país, informou uma taxa de 92,7% de conexão na manhã de sábado.
O serviço de metrô de Caracas também foi restabelecido por completo. Maduro atribuiu o apagão a um “ataque cheio de vingança” contra a hidrelétrica de Guri e acusou a oposição e os Estados Unidos como os responsáveis pelo incidente. Este evento ocorre um mês após as eleições de 28 de julho, que resultaram na reeleição de Maduro para um terceiro mandato.
A situação política na Venezuela tornou-se ainda mais tensa após o apagão, com o governo ameaçando prender opositores como María Corina Machado e Edmundo González Urrutia, este último não compareceu a uma convocação do Ministério Público devido ao blecaute nacional. Os desdobramentos desse episódio ainda são incertos, mas é evidente que a crise energética no país continua sendo um ponto de instabilidade.