Esse medo intenso vivenciado por Júlia é conhecido como tocofobia, um transtorno que consiste no medo extremo da gravidez e do parto. Este distúrbio pode afetar significativamente a saúde mental e sexual da mulher, levando a crises de ansiedade, períodos depressivos, diminuição da atividade sexual e até mesmo à falta de conexão com a criança.
Apesar de nem todos conhecerem esse transtorno, a tocofobia é uma realidade para algumas mulheres, que podem desenvolvê-la mesmo antes de engravidar (tocofofobia primária) ou após um evento traumático relacionado à gravidez (tocofofobia secundária).
Profissionais da saúde, como a ginecologista e sexóloga Nathalie Raibolt, alertam que, em alguns casos, a ansiedade e o medo de engravidar podem não ser aliviados pela razão, levando as mulheres a adotarem medidas extremas, como evitar relações sexuais ou utilizar dupla proteção contraceptiva.
O impacto da tocofobia na vida das mulheres pode ser profundo, afetando não apenas seus relacionamentos sexuais, mas também sua saúde mental e emocional. O medo irracional da gravidez pode levar a sintomas como hipervigilância do corpo, uso excessivo de métodos contraceptivos, isolamento social, entre outros.
Diante desse cenário, especialistas como o psicólogo e pesquisador Itor Finotelli ressaltam a importância de buscar ajuda profissional para lidar com a tocofobia. A terapia pode ser uma aliada no processo de superação desse medo e na retomada de uma vida sexual plena e saudável.