Repórter Recife – PE – Brasil

CFM determina que médicos informem vínculos com indústria da saúde para aumentar transparência e prevenir conflitos de interesse.

Em uma medida inédita, o Conselho Federal de Medicina (CFM) estabeleceu que todos os médicos que possuírem qualquer forma de relacionamento com a indústria da saúde devem informar esses vínculos ao Conselho Regional de Medicina (CRM) onde estão registrados. Esta determinação, aprovada em uma reunião plenária no final de agosto, foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (2) e entrará em vigor daqui a 180 dias.

De acordo com a resolução do CFM, os vínculos mencionados incluem contratos formais de trabalho, consultorias, participação em pesquisas e até mesmo atuação como palestrantes remunerados. O objetivo dessa medida é estabelecer limites nas relações entre médicos e indústrias de saúde, aumentando a transparência e evitando conflitos de interesse que possam afetar decisões clínicas.

Além disso, os médicos também serão obrigados a declarar seus conflitos de interesse em situações públicas, como entrevistas, debates e participações em eventos médicos. A ideia por trás dessa exigência é garantir que a população tenha acesso a informações imparciais e baseadas em evidências, reforçando a confiança na classe médica.

A resolução do CFM também proíbe o recebimento de benefícios relacionados a medicamentos, órteses, próteses e equipamentos hospitalares que não tenham registro na Anvisa, a menos que estejam envolvidos em protocolos de pesquisa aprovados por comitês de ética. Médicos que descumprirem essas regras poderão enfrentar sanções.

No entanto, algumas exceções foram estabelecidas. Rendimentos e dividendos provenientes de investimentos em empresas do setor de saúde, desde que sejam puramente financeiros, não precisam ser declarados. Amostras grátis de medicamentos e produtos médicos também estão isentas, desde que distribuídas de acordo com as normas vigentes.

Benefícios recebidos por sociedades científicas e entidades médicas também não estão sujeitos à obrigatoriedade de declaração, de acordo com o CFM. Essas novas regras visam promover uma prática médica mais ética e transparente, assegurando que os interesses dos pacientes sempre estejam em primeiro lugar.

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