Reforma do Judiciário no México é tema de votação na Câmara dos Deputados em meio a bloqueios e polêmicas

Na terça-feira, a Câmara dos Deputados do México, controlada pela situação, se preparava para votar uma reforma controversa no Poder Judiciário. No entanto, devido aos bloqueios causados por trabalhadores do setor na sede do legislativo, os legisladores tiveram que se reunir em um local alternativo.

Cerca de mil funcionários da Suprema Corte aderiram aos protestos que já duravam duas semanas, juntando-se aos juízes e funcionários de juizados federais que já estavam em greve em diferentes partes do país. Os ministros também estavam prestes a decidir se adeririam ao movimento.

Um dos pontos mais polêmicos da reforma proposta pelo governo de esquerda é a eleição popular de juízes e ministros, o que acabou gerando preocupações nos Estados Unidos e no Canadá. Parceiros do México no acordo de livre comércio T-MEC.

Desde o início da manhã, centenas de funcionários do Judiciário se reuniram nos arredores da Câmara dos Deputados, bloqueando as ruas de acesso com veículos e instalando faixas para impedir a passagem de pedestres.

Patricia Aguayo, líder dos trabalhadores, afirmou que estavam cercando a Câmara dos Deputados desde as 4h da manhã, preocupados com a aprovação apressada e sem diálogo do projeto de reforma.

Diante da situação, o líder da bancada do partido Morena pediu que os deputados evitassem ir para a sede legislativa e anunciou que a reunião ocorreria em um ginásio esportivo na capital. Ele também enfatizou a importância de evitar confrontos com os manifestantes.

A nova presidente da Câmara dos Deputados, Ifigenia Martínez, declarou que o direito à livre manifestação seria respeitado. No entanto, houve confrontos entre apoiadores do presidente López Obrador e funcionários do Judiciário que protestavam nas proximidades da sede legislativa.

Com o apoio do Morena e seus aliados, que possuem dois terços dos assentos na Câmara, a reforma constitucional poderia ser aprovada sem negociação com a oposição. A iniciativa ainda precisaria ser votada no Senado, onde a situação política estava equilibrada.

A reforma proposta em fevereiro por López Obrador tinha gerado controvérsias desde o início, especialmente por estar próxima de sua saída do cargo em favor de Claudia Sheinbaum, também do Morena. O desfecho dessa votação incerta poderia ter grandes repercussões no sistema judiciário e na política mexicana.

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