Conitec recomenda incorporação de medicamento betadinutuximabe para tratamento de neuroblastoma de alto risco pelo SUS

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou, nesta quinta-feira (5), a incorporação do medicamento betadinutuximabe ao tratamento do neuroblastoma de alto risco, uma decisão que terá impacto significativo no sistema de saúde do país.

Essa recomendação implica que o remédio agora será custeado e distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o que representa uma grande conquista para os pacientes que necessitam desse tratamento. O betadinutuximabe se tornará uma opção viável para a terapêutica de casos de neuroblastoma de alto risco, desde que os pacientes tenham sido previamente submetidos à quimioterapia e alcançado uma resposta parcial, seguida de um transplante de células tronco.

O pedido de incorporação do medicamento foi feito pelo laboratório Recordati, fabricante do remédio conhecido como Qarziba, e a decisão da Conitec foi baseada em evidências científicas que comprovam a eficácia e segurança do tratamento. O neuroblastoma é uma das formas mais comuns de câncer infantil, ocupando o terceiro lugar após leucemia e tumores cerebrais.

O betadinutuximabe tem um custo elevado, em torno de R$2 milhões, e já foi utilizado com sucesso em mais de mil pacientes em diversos países. O medicamento se destaca por melhorar a sobrevida, aumentar as chances de cura e reduzir a probabilidade de recidiva da doença.

Este avanço no tratamento do neuroblastoma também foi impulsionado por histórias como a de Pedro, filho do indigenista Bruno Pereira, cuja campanha de arrecadação de fundos trouxe visibilidade para a necessidade urgente da incorporação do betadinutuximabe ao SUS. A mobilização da família de Pedro e de outras famílias afetadas pela dificuldade de acesso a medicamentos para o tratamento do neuroblastoma foi fundamental para sensibilizar as autoridades de saúde.

Além da aprovação do betadinutuximabe, a reunião da Conitec também discutiu a incorporação de novos tratamentos para doença pulmonar obstrutiva crônica, mostrando o comprometimento do órgão em promover melhorias na assistência à saúde da população. Essas decisões refletem não só avanços científicos, mas também o esforço contínuo em garantir o acesso a tratamentos inovadores e eficazes para doenças graves.

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