De acordo com o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, essa redução do endividamento está diretamente associada ao cenário macroeconômico do país. Apesar do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ter superado as expectativas, a situação econômica ainda é desafiadora devido aos juros elevados e à recuperação lenta. Tadros ressalta que o alívio do endividamento, embora positivo, pode ser impactado por uma possível retração no consumo, o que poderia prejudicar a retomada do crescimento econômico.
Em relação à inadimplência, o percentual de famílias com dívidas em atraso se manteve estável em 28,8%, mas o percentual daquelas que não terão condições de pagar suas dívidas atrasadas subiu para 12,1%. Isso indica que, mesmo com a estabilização no número de contas em atraso, as dificuldades financeiras persistem. O percentual de dívidas em atraso há mais de 90 dias também aumentou, atingindo o maior índice desde março de 2020, mostrando que o cenário ainda é desafiador para muitas famílias.
As projeções da CNC indicam que o endividamento deve voltar a subir no último trimestre do ano, acompanhando um aumento gradual da inadimplência, que pode chegar a 29,5% até dezembro. O cartão de crédito continua sendo a modalidade de crédito mais utilizada, representando 85,7% entre os devedores, seguido pelo crédito pessoal, que teve um aumento em relação ao ano anterior. No Rio Grande do Sul, estado afetado por enchentes em maio, o endividamento atingiu níveis preocupantes, com altos índices de famílias endividadas e com contas em atraso.
Diante desse cenário, é importante que as famílias busquem alternativas para manter suas finanças sob controle, evitando o endividamento excessivo e buscando formas de lidar com os juros elevados, a fim de garantir uma maior estabilidade financeira no futuro.