EUA acusam agentes russos de ciberataques à infraestrutura civil ucraniana antes da invasão, desencadeando o “WhisperGate” e primeira batalha cibernética.

Nesta quinta-feira (5), os Estados Unidos levantaram acusações graves contra cinco agentes de inteligência militar russos, alegando seu envolvimento em ciberataques à infraestrutura civil na Ucrânia antes da invasão russa. Segundo o vice-procurador-geral Matthew Olsen, os membros da agência de inteligência militar russa GRU estiveram por trás de uma campanha cibernética denominada “WhisperGate”.

Durante uma coletiva de imprensa, Olsen afirmou que a campanha WhisperGate não se limitou apenas à Ucrânia, mas também envolveu sistemas informáticos nos Estados Unidos e em outros países da Otan que apoiam a Ucrânia. O agente especial do FBI William DelBagno destacou que o ciberataque ocorrido em janeiro de 2022 poderia ser considerado como o primeiro disparo da guerra, pois tinha como intuito paralisar o governo e a infraestrutura crítica da Ucrânia, afetando setores como os sistemas financeiros, a agricultura, os serviços de emergência, os serviços médicos e as escolas.

A acusação também inclui um civil russo chamado Amin Timovich Stigal, de 22 anos, que foi acusado nos Estados Unidos por conspirar para hackear e destruir sistemas informáticos como parte do WhisperGate. O Departamento de Estado ofereceu uma recompensa de US$ 60 milhões por informações que levem à prisão dos envolvidos na campanha.

Para o Departamento de Justiça dos EUA, o WhisperGate foi uma “arma cibernética projetada para destruir”, envolvendo a divulgação de históricos médicos de pacientes e a modificação de sites para exibir mensagens ameaçadoras. Os oficiais do GRU acusados eram membros da unidade 29155 da Direção Principal de Inteligência da Rússia, a mesma unidade responsável pela tentativa de envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal no Reino Unido em 2018.

Essas acusações se somam a uma série de medidas adotadas pelas autoridades americanas como resposta às tentativas de interferência da Rússia nas eleições dos Estados Unidos, incluindo ações criminais e sanções. O procurador-geral Merrick Garland anunciou a apreensão de 32 nomes de domínio usados em uma campanha para influenciar as eleições presidenciais americanas, além do processo contra dois diretores do meio de comunicação russo RT, financiado pelo Estado.

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