Durante uma entrevista à Rádio Vitoriosa, de Uberlândia, Lula criticou a postura da Vale, afirmando que a empresa tem descumprido compromissos e decisões judiciais relacionadas ao caso de Mariana. Ele expressou a expectativa de mudanças com a troca da direção da Vale e a assinatura do novo acordo de reparação. O presidente destacou a importância de utilizar os recursos para recuperar o que foi danificado e cuidar das pessoas afetadas.
A tragédia de Mariana foi considerada o maior desastre ambiental causado pelo setor de mineração no Brasil. O rompimento da barragem liberou toneladas de rejeitos de minério, resultando na morte de dezenove pessoas, devastando comunidades e impactando negativamente o meio ambiente ao longo da Bacia do Rio Doce, chegando até a foz no Espírito Santo.
Diversas negociações foram realizadas ao longo dos anos para a reparação dos danos causados pelo desastre de Mariana. Um Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) foi firmado em 2016, envolvendo os governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo, a Samarco, a Vale e a BHP Billiton. A Fundação Renova foi criada para gerir os programas de reparação, mas questões como a falta de autonomia da fundação e a demora na reconstrução das comunidades continuam sendo debatidas.
Diante das críticas e exigências de diversas entidades, incluindo o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o novo acordo de reparação de Mariana visa solucionar mais de 80 mil processos judiciais pendentes e garantir uma reparação integral aos afetados. A proposta das mineradoras Vale e BHP Billiton foi contestada e rejeitada pelas autoridades, que buscam uma compensação mais condizente com os prejuízos gerados. A expectativa é de que a assinatura do acordo em outubro represente um avanço significativo na reparação dos danos causados pela tragédia de Mariana.