O tenente-coronel aviador Paulo Mendes Fróes, que lidera a Comissão de Investigação, destacou que a tripulação mencionou problemas com o sistema de airframe em duas ocasiões, e em uma delas o co-piloto disse a frase: “Bastante gelo”. Segundo o Cenipa, as condições meteorológicas na região naquele dia eram propícias para a formação de gelo nas asas da aeronave, o que pode ter contribuído para o acidente.
Os investigadores afirmaram que a aeronave estava apta para voar em condições de gelo e que a tripulação possuía qualificação e experiência para lidar com esse tipo de situação. No entanto, em nenhum momento foi declarada emergência aos órgãos de controle do espaço aéreo, apesar de informações meteorológicas indicarem a presença de gelo severo na rota.
O relatório preliminar aponta para possíveis fatores contribuintes, mas ressalta que a investigação não busca estabelecer culpa ou responsabilização. O chefe do Cenipa, brigadeiro do ar Marcelo Moreno, garantiu que o relatório final será concluído o mais breve possível, levando em consideração a complexidade do caso e a necessidade de identificar os possíveis fatores que levaram ao acidente.
O avião envolvido no acidente, um modelo ATR 72 do voo 2283, partiu de Cascavel (PR) com destino ao Aeroporto de Guarulhos. Após voar normalmente por algum tempo, a aeronave deixou de responder às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo e colidiu com o solo em seguida.
Diante desses trágicos acontecimentos, é fundamental que as autoridades aeronáuticas continuem a investigação, abordando os aspectos técnicos e operacionais do acidente, a fim de evitar que tragédias como essa se repitam no futuro.