O relatório revela que o sistema “airframe de-icing”, responsável por evitar o acúmulo de gelo nas asas, foi ligado e desligado diversas vezes durante o voo. O investigador-encarregado da Comissão de Investigação, tenente-coronel aviador Paulo Mendes Fróes, destacou que em dois momentos distintos no áudio do gravador de voz, tanto o piloto quanto o co-piloto mencionaram problemas com o sistema, indicando a presença de bastante gelo.
De acordo com o Cenipa, as condições meteorológicas no momento do acidente eram propícias para a formação de gelo severo, devido à alta umidade e temperatura do ar abaixo de 0°C, o que poderia ter contribuído para a ocorrência da Formação de Gelo em Aeronave (FGA) Severa.
A aeronave, um modelo ATR 72, decolou de Cascavel (PR) com destino ao Aeroporto de Guarulhos e estava em condições adequadas para voar em situações de gelo, com a manutenção em dia e uma tripulação qualificada. No entanto, as informações meteorológicas disponíveis indicavam a possibilidade de formação de gelo severo na rota.
O relatório final da investigação conduzida pelo Cenipa irá se concentrar em três principais linhas de ação: fator humano, fator material e fator operacional. O objetivo é identificar os possíveis fatores contribuintes para o acidente e fornecer recomendações para prevenir situações semelhantes no futuro.
O Cenipa ressaltou que as informações do relatório preliminar podem ser atualizadas à medida que novos dados sejam obtidos, e o desejo é apresentar o relatório final o mais breve possível, considerando a complexidade da ocorrência. O foco das investigações não é atribuir culpa ou responsabilidade, mas sim esclarecer as questões técnicas relacionadas ao acidente aéreo.