É importante ressaltar que no país existem 1.814 hospitais filantrópicos, os quais oferecem um total de 184.328 leitos, destinando a maioria deles, cerca de 129.650, para o Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, em 800 municípios brasileiros, a assistência hospitalar é exclusivamente prestada por essas estruturas, gerando emprego para mais de 1 milhão de pessoas.
Os números apresentados pela CMB refletem ainda a relevância dos hospitais filantrópicos na realização de procedimentos médicos de alta complexidade, como atendimentos de oncologia, cirurgias cardíacas, transplantes de órgãos, medula óssea, tecidos e células. No ano passado, tais instituições foram responsáveis por realizar 67% dos atendimentos oncológicos, 65% das cirurgias cardíacas e quase 70% dos procedimentos de transplantes de órgãos.
Diante desse cenário, o presidente da CMB, Mirocles Véras, ressaltou a importância estratégica dos hospitais filantrópicos para o SUS, destacando que essas instituições desempenham um papel vital na oferta de cuidados de saúde à população. Contudo, Véras também apontou desafios enfrentados pelo setor, como a defasagem da tabela do SUS, que resulta em um subfinanciamento e impõe dificuldades financeiras adicionais.
Um passo importante nesse sentido foi a sanção da Lei nº 14.820/24, que garante a revisão anual dos valores de remuneração dos serviços prestados ao SUS. As instituições aguardam agora a regulamentação da lei, que poderá contribuir para a sustentabilidade financeira e o aprimoramento da qualidade do atendimento prestado pelos hospitais filantrópicos. Véras enfatizou a necessidade de uma melhor remuneração para expandir o atendimento e melhorar a infraestrutura das instituições, visando oferecer um serviço de saúde mais eficiente e abrangente à população.