Incêndio destrói 10 mil hectares na Chapada dos Veadeiros em Goiás e autoridades suspeitam de origem criminosa.

Um incêndio de grandes proporções devastou uma extensa área do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, situado em Goiás, na última quinta-feira (5). Segundo informações da administração da unidade de conservação, estima-se que cerca de 10 mil hectares tenham sido consumidos pelas chamas, numa região compreendida entre o Paralelo 14 e a Cachoeira Simão Correia.

Até o momento, as autoridades responsáveis pela gestão do parque ainda não conseguiram determinar a origem do incêndio, deixando em aberto a possibilidade de ter sido causado de forma criminosa. Em comunicado divulgado ontem (7), foi destacado que equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do PrevFogo, ligado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), foram mobilizadas para atuar no combate ao fogo, em conjunto com o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás.

A expectativa era de que duas aeronaves fossem enviadas para auxiliar no controle das chamas, porém a confirmação dessa informação não foi obtida pela equipe de reportagem, que enfrentou dificuldades para contatar as autoridades responsáveis. Enquanto isso, um grupo liderado pelo Polo de EcoCiências do Cerrado realizou um mutirão na Reserva Privada do Patrimônio Natural (RPPN) Campo Úmido Voshysias, em Alto Paraíso de Goiás, para verificar os danos causados pelo fogo e realizar a remoção de plantas invasoras.

Além disso, a Rede Contrafogo e o Instituto Biorregional do Cerrado se uniram ao esforço de combate ao fogo. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostrou Ivan Anjo, da Rede Contrafogo, compartilhando informações sobre outro ponto afetado pelo incêndio, o lixão de Alto Paraíso de Goiás. A população local demonstrou insatisfação com a situação, alegando falta de ação efetiva por parte das autoridades municipais para prevenir e combater incêndios recorrentes nessa área.

O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, que é um importante reduto de preservação do Cerrado, ecossistema conhecido como “berço das águas”, está sob risco de perder uma parcela significativa de seu potencial hídrico até 2050. A situação se agrava com o aumento do número de focos de queimadas no bioma, que já ultrapassou 48 mil registros somente neste ano, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A agência de notícias tentou contato com o ICMBio, o Ibama e a prefeitura de Alto Paraíso de Goiás, porém não obteve resposta até o fechamento desta matéria. A preocupação com a preservação ambiental e a necessidade de ações urgentes para frear o avanço dos incêndios no Cerrado são temas que seguem mobilizando esforços da sociedade e das autoridades competentes. A situação exige medidas eficazes e imediatas para proteger um dos biomas mais ricos e ameaçados do Brasil.

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