Repórter Recife – PE – Brasil

Seca histórica no Rio Madeira preocupa especialistas e ameaça geração de energia elétrica na Amazônia

O Rio Madeira, localizado na região amazônica, tem sido alvo de preocupações devido aos baixos níveis de sua cota, que atingiram recordes históricos. Sem previsões de chuvas significativas no horizonte próximo, a situação piora a cada dia.

Na última semana, a cota do rio atingiu 71 centímetros na estação de Porto Velho, o menor valor registrado desde 1967, superando a mínima de 1,10 metro registrada em 2023. O prolongamento do período de estiagem tem gerado apreensão entre os especialistas, como Guilherme Cardoso, engenheiro hidrólogo do Serviço Geológico do Brasil (SGB).

Os modelos de previsão meteorológica não apontam para chuvas significativas nos próximos 15 dias, o que agrava a previsão de seca para os próximos meses. Esse cenário se assemelha ao observado em 2023, quando as chuvas só se tornaram significativas no final de outubro. A seca prolongada já afeta a população local, causando isolamento de comunidades e impactando a navegação noturna no rio.

Medidas como a declaração de escassez hídrica pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o plano de manutenção da hidrovia do Rio Madeira estão sendo adotadas para tentar minimizar os impactos. No entanto, a falta de chuvas continua a preocupar, já que pode afetar a geração de energia elétrica nas usinas hidrelétricas da região.

A redução na capacidade operacional das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, já está em curso devido aos baixos níveis do Rio Madeira. A situação pode se agravar ainda mais se a vazão do rio for impactada de forma crítica, podendo levar à interrupção total na geração de energia. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) garante que o Sistema Interligado Nacional dispõe de recursos suficientes para atender a demanda de energia, mas a situação permanece delicada.

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