Aumento de tentativas de suicídio no SUS preocupa autoridades de saúde; Abramede destaca necessidade de atendimento especializado e acolhimento.

O Sistema Único de Saúde (SUS) apresentou um aumento significativo no número de internações relacionadas a lesões autoprovocadas ao longo do ano de 2023. Foram registrados um total de 11.502 casos, o que representa uma média diária de 31 internações, um aumento de mais de 25% em relação aos dados de 2014, que contabilizaram 9.173 casos. As informações foram divulgadas pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) nesta quarta-feira (11).

De acordo com a entidade, os médicos de emergência são os profissionais que, geralmente, prestam o primeiro atendimento a pacientes com lesões autoprovocadas. O aumento dessas internações reforça a importância de capacitar esses profissionais para lidar com os casos de forma rápida e eficiente, garantindo um acolhimento adequado em situações de grande fragilidade emocional.

A análise dos dados apresentou variações regionais significativas, com alguns estados registrando aumentos alarmantes. Alagoas, Paraíba e Rio de Janeiro foram os estados que apresentaram maiores aumentos percentuais nas internações por lesões autoprovocadas. Por outro lado, São Paulo e Minas Gerais, apesar de registrarem um número absoluto elevado de internações, tiveram aumentos percentuais menores.

A faixa etária mais afetada em 2023 foi a de 20 a 29 anos, seguida pelo grupo de 15 a 19 anos. O perfil dos pacientes internados por lesões autoprovocadas revela uma diferença significativa entre os sexos, com um aumento no número de internações de mulheres e uma queda entre os homens.

A Associação ressaltou a importância de abordagens técnicas aliadas à identificação de sinais de vulnerabilidade emocional no atendimento a esses pacientes. O Setembro Amarelo, campanha de combate ao estigma em saúde mental, tem como lema Se Precisar, Peça Ajuda e visa conscientizar a população sobre a importância de falar abertamente sobre temas como o suicídio.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca a necessidade de reduzir o estigma em relação ao suicídio e incentivar o diálogo aberto sobre o tema, com o objetivo de reduzir as taxas globais de suicídio. A OMS alerta para as consequências sociais, emocionais e econômicas do suicídio, e destaca a importância de abordar os fatores complexos que levam uma pessoa a tirar a própria vida.

O desafio de reduzir a taxa global de suicídio em pelo menos um terço até 2030 é uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que ressaltam a importância de garantir acesso a recursos e direitos humanos básicos para prevenir novos casos de suicídio.

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