Segundo o professor de Relações Internacionais da ESPM, Roberto Uebel, Kamala Harris conseguiu o que Joe Biden não conseguira fazer anteriormente: colocar Trump em uma posição desconfortável e defensiva. Os democratas saíram aliviados do debate, enquanto os republicanos viram um sinal de alerta, especialmente nos Estados-pêndulo.
O confronto focou em temas como economia, imigração e política externa, com Kamala pressionando Trump em diversos momentos. Ela levantou questões delicadas para o republicano, como seus processos criminais, o Projeto 2025 e o ataque ao Capitólio. Além disso, a democrata defendeu de forma incisiva o direito ao aborto, incomodando Trump, que busca ajustar sua posição sobre o assunto.
Em relação às respostas de Trump, em alguns momentos ele se mostrou desconfortável e até irritado, como quando foi provocado pela democrata sobre a suposta monotonia de seus comícios. O republicano também propagou teorias da conspiração durante o debate, como a falsa afirmação de que haitianos em Ohio estariam comendo animais de estimação, o que foi prontamente desmentido.
No entanto, Trump tentou atacar as fragilidades da campanha democrata e questionar a experiência de Kamala Harris. Em contrapartida, a candidata democrata reforçou seu discurso de futuro e criticou as práticas passadas do republicano. A economia foi um ponto de embate, com Kamala tentando se desvencilhar do governo atual e apresentando sua visão de uma “economia de oportunidades”.
Em meio a debates e ataques mútuos, Kamala Harris apresentou-se como uma forte adversária de Trump, enquanto o republicano tentou expor as supostas falhas da campanha democrata. No entanto, a falta de detalhamento sobre propostas concretas por parte de Kamala, assim como a falta de conhecimento dos eleitores sobre sua persona, levantam questões para os próximos debates e desdobramentos da corrida presidencial nos Estados Unidos.