Os neandertais habitaram a Eurásia até cerca de 40.000 anos atrás, convivendo com os Homo sapiens antes de desaparecerem misteriosamente. Ludovic Slimak, pesquisador da Universidade Paul Sabatier em Toulouse e coautor do estudo, descreve esse período como um momento estratégico e profundamente enigmático, no qual diferentes humanidades coexistiam na Terra antes da repentina extinção dos neandertais.
O espécime, apelidado de “Thorin” em referência a um personagem de J.R.R. Tolkien, foi encontrado na Caverna Mandrin em 2015 e representa uma descoberta rara. A análise genética do material encontrado indicou que a linhagem de Thorin permaneceu isolada por 50 mil anos, sem se misturar com outros grupos de neandertais europeus.
O estudo, liderado por Martin Sikora da Universidade de Copenhague, revelou que a linhagem de Thorin se separou dos outros neandertais há cerca de 105.000 anos. Esse isolamento genético por um período tão longo, mesmo estando relativamente próximo a outras populações, é algo sem precedentes na evolução humana.
A pesquisa aponta que a consanguinidade e o isolamento social das populações neandertais podem ter contribuído significativamente para sua extinção. Essa limitação na variação genética e na capacidade de adaptação às mudanças ambientais e aos patógenos pode ter sido um dos fatores-chave no desaparecimento dos neandertais.
Em resumo, o estudo sobre o espécime de Thorin na região francesa de Ródano lança luz sobre o papel do isolamento genético na extinção dos neandertais e destaca a importância da interação social e da diversidade genética para a sobrevivência e evolução das espécies humanas.