OMS declara emergência global devido à disseminação da nova cepa da mpox no continente africano, considerada uma nova infecção sexualmente transmissível.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a declarar emergência de saúde pública internacional em agosto, devido à propagação de uma nova cepa da mpox no continente africano. No entanto, essa variante que se espalhou globalmente não parou de circular e causar novos casos ao redor do planeta. Especialistas alertam que a doença veio para ficar e pode ser considerada uma nova infecção sexualmente transmissível (IST).

Durante o 77º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o professor John Veasey, da Faculdade da Santa Casa de São Paulo, destacou que a mpox não é exclusivamente uma IST, mas sua disseminação está frequentemente relacionada ao contato sexual. Ele ressaltou a importância de não rotular a doença como exclusivamente sexual, para evitar alarmes falsos de abuso sexual em casos onde a transmissão ocorre por contato pele a pele.

O vice-presidente do Colégio Ibero Latino Americano de Dermatologia, Omar Lupi, também enfatizou que a mpox veio para ficar e que a doença se tornará parte do cotidiano dos brasileiros. Ele observou que a disseminação da doença não foi um evento isolado, assim como ocorreu com a Covid-19, e que a expectativa é de um aumento dos casos no país. Lupi ressaltou a importância dos médicos, especialmente os clínicos e dermatologistas, estarem preparados para identificar a doença e seus sinais de alerta.

Sobre a prevenção, os especialistas destacaram a importância de evitar o contato direto pele a pele e informaram que as lesões de mpox demoram até quatro semanas para cicatrizar completamente e parar de transmitir o vírus. Além disso, enfatizaram a necessidade do uso de preservativos para prevenir a transmissão durante relações sexuais.

Quanto à vacinação, Lupi explicou que a vacinação em massa para erradicar a mpox não é viável, devido à presença da doença em diferentes vetores e à dificuldade de identificar um reservatório exclusivo como no caso da varíola. Ele alertou que a mpox pode evoluir e se tornar um problema de saúde pública ainda maior no futuro.

Diante desse cenário, é fundamental que haja uma maior conscientização e preparo por parte da população e das autoridades de saúde para lidar com a disseminação da mpox e suas consequências. A atenção e a prevenção são fundamentais para controlar a propagação da doença e garantir a saúde da população.

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