Durante o 77º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o professor John Veasey, da Faculdade da Santa Casa de São Paulo, destacou que a mpox não é exclusivamente uma IST, mas sua disseminação está frequentemente relacionada ao contato sexual. Ele ressaltou a importância de não rotular a doença como exclusivamente sexual, para evitar alarmes falsos de abuso sexual em casos onde a transmissão ocorre por contato pele a pele.
O vice-presidente do Colégio Ibero Latino Americano de Dermatologia, Omar Lupi, também enfatizou que a mpox veio para ficar e que a doença se tornará parte do cotidiano dos brasileiros. Ele observou que a disseminação da doença não foi um evento isolado, assim como ocorreu com a Covid-19, e que a expectativa é de um aumento dos casos no país. Lupi ressaltou a importância dos médicos, especialmente os clínicos e dermatologistas, estarem preparados para identificar a doença e seus sinais de alerta.
Sobre a prevenção, os especialistas destacaram a importância de evitar o contato direto pele a pele e informaram que as lesões de mpox demoram até quatro semanas para cicatrizar completamente e parar de transmitir o vírus. Além disso, enfatizaram a necessidade do uso de preservativos para prevenir a transmissão durante relações sexuais.
Quanto à vacinação, Lupi explicou que a vacinação em massa para erradicar a mpox não é viável, devido à presença da doença em diferentes vetores e à dificuldade de identificar um reservatório exclusivo como no caso da varíola. Ele alertou que a mpox pode evoluir e se tornar um problema de saúde pública ainda maior no futuro.
Diante desse cenário, é fundamental que haja uma maior conscientização e preparo por parte da população e das autoridades de saúde para lidar com a disseminação da mpox e suas consequências. A atenção e a prevenção são fundamentais para controlar a propagação da doença e garantir a saúde da população.