Isolamento social acelera envelhecimento cerebral de meninas durante pandemia nos EUA, revela estudo da Universidade de Washington.

Um estudo recente realizado nos Estados Unidos revelou que o isolamento social imposto pela pandemia de coronavírus acelerou o envelhecimento cerebral de adolescentes, especialmente no caso das meninas. A pesquisa, conduzida pela Universidade de Washington e publicada nos Proceedings of the National Academy of Sciences, analisou o afinamento cortical, um processo que ocorre quando o cérebro começa a podar sinapses redundantes e reduzir sua camada externa.

Os resultados do estudo apontam que o afinamento cortical, embora seja parte do processo de amadurecimento do cérebro, pode se acelerar em situações de estresse, o que está correlacionado com quadros de depressão e ansiedade. Após a flexibilização dos bloqueios, as imagens obtidas mostraram que tanto meninos quanto meninas apresentaram um rápido afinamento cortical, porém, as meninas foram as mais afetadas, com um envelhecimento cerebral médio de 4,2 anos além do esperado, em comparação com os meninos que apresentaram um envelhecimento cerebral de 1,4 anos além do esperado.

Os pesquisadores responsáveis pelo estudo destacaram que a privação social causada pela pandemia teve um impacto significativo no desenvolvimento do cérebro dos adolescentes, em especial das meninas, que são mais dependentes da interação social para lidar com o estresse. A diferença observada entre os gêneros foi descrita como notável e evidenciou que, após o período de isolamento social, as meninas apresentavam um desenvolvimento cerebral semelhante a uma pessoa de 18 anos, muito além de sua faixa etária.

Embora os resultados tenham sido considerados marcantes, os pesquisadores alertaram que não necessariamente representam danos no cérebro dos adolescentes. O afinamento cortical acelerado pode ser interpretado como uma mudança maturacional e adaptativa do cérebro, reagindo às experiências vivenciadas durante a pandemia. Ainda não está claro se essas mudanças são permanentes ou se, com a retomada das interações sociais normais, o desenvolvimento cerebral dos adolescentes voltará a um ritmo típico.

Em resumo, o estudo ressalta a importância de considerar os impactos do isolamento social nas diferentes faixas etárias, especialmente no desenvolvimento cerebral dos adolescentes, e destaca a necessidade de novas pesquisas para compreender melhor as consequências a longo prazo desse período de restrições impostas pela pandemia de coronavírus.

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