Juiz de Dakota do Norte anula lei antiaborto por considerá-la vaga e inconstitucional em estado conservador dos EUA.

O juiz distrital Bruce Romanick, em Dakota do Norte, nos Estados Unidos, tomou uma decisão histórica nesta quinta-feira (12) ao anular uma lei que proibia a maioria dos abortos no estado. A legislação, aprovada no ano passado pela assembleia legislativa do estado, havia determinado a proibição do aborto, exceto em casos de estupro, incesto ou risco grave para a saúde da mãe. Mesmo em situações de estupro ou incesto, o aborto só seria permitido para mulheres com menos de seis semanas de gestação.

Essa medida causou polêmica e foi alvo de contestações legais, até que a única clínica de aborto de Dakota do Norte decidiu mover uma ação para anular a lei. O juiz Bruce Romanick considerou a legislação “vaga e confusa”, apontando que ela poderia desencorajar os médicos de realizar abortos, mesmo em casos em que fosse necessário preservar a vida ou a saúde da mulher.

Além disso, Romanick destacou que a lei também confronta questões constitucionais. Segundo ele, a Constituição de Dakota do Norte garante às pessoas, incluindo as mulheres, o direito fundamental de tomar decisões médicas que afetem sua integridade física, saúde e autonomia, sem a interferência do governo.

A advogada do Centro de Direitos Reprodutivos, Meetra Mehdizadeh, comemorou a sentença como uma vitória para a liberdade reprodutiva, mas ressaltou que o dano causado em Dakota do Norte não pode ser reparado imediatamente. O direito ao aborto tornou-se um tema central nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, e é uma bandeira dos democratas desde que a Suprema Corte, dominada por conservadores, anulou o direito ao aborto em todo o país em 2022.

Portanto, a decisão do juiz Romanick em Dakota do Norte representa um marco na luta pelos direitos reprodutivos das mulheres e um avanço significativo na batalha pela manutenção do direito ao aborto nos Estados Unidos.

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