Durante seus dez anos de mandato, Fujimori tomou medidas extremas, como o fechamento do Congresso e a alteração da Constituição. Além disso, ele assinou um acordo de paz com o Equador, foi reeleito duas vezes e enfrentou de forma violenta a extrema esquerda armada. No entanto, sua gestão foi marcada por acusações de violações dos direitos humanos e da chamada “guerra contra o terrorismo”.
Conhecido como “o outsider”, Fujimori conquistou a Presidência em 1990, surpreendendo as previsões que o apontavam como azarão. Com um discurso de centro-esquerda e promessas de honestidade, tecnologia e trabalho, o ex-presidente rompeu com a tradicional classe política e se tornou um ícone da política peruana.
No entanto, seu governo não foi isento de controvérsias. Fujimori dissolveu o Congresso em 1992, apoiou-se nos militares e implementou uma série de medidas que favoreceram seu próprio poder, como a convocação de uma Assembleia Constituinte e a reeleição. A “guerra suja” contra a guerrilha resultou em graves violações dos direitos humanos e em ações violentas por parte das forças de segurança.
Apesar de seus feitos econômicos positivos, como a estabilização da economia e a promoção de privatizações, o legado de Fujimori é marcado por controvérsias e acusações de autoritarismo. Sua morte aos 86 anos encerra um capítulo importante da história política do Peru, que ainda reverbera nos dias atuais.