Entre as principais causas que exigem esses cuidados estão as lesões graves nos membros. Estima-se que entre 13.455 e 17.550 dos feridos em Gaza apresentam esse tipo de quadro, muitos deles com mais de uma lesão. Além disso, a OMS notificou entre 3.105 e 4.050 amputações de membros, bem como um aumento nos registros de lesões na medula espinhal, lesões cerebrais traumáticas e queimaduras graves.
A situação é agravada pela precariedade do sistema de saúde na região, onde apenas 17 dos 36 hospitais permanecem parcialmente funcionais. A atenção primária à saúde e os serviços prestados em comunidades frequentemente são suspensos ou tornam-se inacessíveis devido à falta de segurança, ataques e ordens de evacuação.
O único centro para reconstrução e reabilitação de membros em Gaza, que contava com o apoio da OMS, foi desativado em dezembro de 2023 por falta de insumos e profissionais especializados, que foram obrigados a deixar a região em busca de segurança. O local foi danificado em fevereiro de 2024, no meio dos conflitos.
A OMS também lamentou a perda de 39 fisioterapeutas até maio de 2024 e destacou a falta de produtos essenciais, como cadeiras de rodas e muletas, que estão em falta devido ao fluxo restrito de ajuda para Gaza. A organização alerta que o número de pessoas com lesões que precisam desse tipo de tratamento supera em muito a disponibilidade dos recursos necessários.
Diante desse cenário desolador, resta saber como a comunidade internacional irá agir para ajudar a população afetada pelos conflitos na Faixa de Gaza, fornecendo os recursos necessários para garantir atendimento médico adequado e serviços de reabilitação para essas milhares de pessoas que sofreram lesões graves e duradouras.