Fujimori morre sem pedir perdão por crimes e famílias de vítimas lamentam impunidade e ausência de desculpas

O falecimento do ex-presidente peruano Alberto Fujimori gerou diferentes reações e controvérsias em relação ao seu legado político e às suas ações enquanto esteve no poder. A família de vítimas dos massacres de Barrios Altos e de La Cantuta lamentou a impunidade dos crimes cometidos pelo ex-mandatário, que foi condenado a 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade.

A despedida de Fujimori foi marcada por uma grande multidão em seu velório, mas também por críticas e reprovações pelas violações aos direitos humanos cometidas durante seu governo na década de 1990. Parentes das vítimas dos massacres expressaram sua dor e indignação com a morte do ex-presidente, alegando que ele nunca pediu desculpas pelos crimes e que sua condenação não foi totalmente cumprida.

Os massacres de Barrios Altos e La Cantuta foram cometidos por um esquadrão da morte do exército conhecido como Grupo Colina, que realizava operações clandestinas durante o governo de Fujimori. Além disso, outros casos de violações aos direitos humanos também foram atribuídos ao ex-presidente, como o julgamento pela morte de seis camponeses em Pativilca.

Apesar do luto nacional declarado pelo governo em homenagem a Fujimori, críticos apontaram para a falta de reconhecimento dos crimes cometidos pelo ex-presidente e questionaram a decisão de honrar sua memória. Organizações de direitos humanos e familiares das vítimas reiteraram a importância de manter viva a memória das vítimas e de não esquecer as atrocidades cometidas durante o regime de Fujimori.

A morte do ex-presidente peruano reabriu feridas antigas e trouxe à tona questões pendentes em relação à justiça e à reconciliação no país. O legado de Fujimori permanece controverso e divide opiniões, deixando um dilema moral sobre como lidar com as consequências de suas ações enquanto esteve no poder.

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