Repórter Recife – PE – Brasil

Moradores de Maceió protestam durante reunião do G20 por reparação ambiental causada por exploração de sal-gema pela Braskem

Nesta sexta-feira (13), moradores de bairros de Maceió impactados pelo afundamento do solo devido à exploração de sal-gema pela petroquímica Braskem realizaram um ato de protesto durante a reunião dos ministros da Economia dos países do G20 na cidade. O Movimento Unificados de Vítimas da Braskem (Muvb) organizou o protesto para chamar a atenção para a necessidade de reparação ambiental pelos danos causados pela atividade exploratória.

Cerca de 60 mil pessoas e 15 mil imóveis foram afetados pelo afundamento do solo nos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e parte do Farol. O Muvb divulgou uma carta aberta aos participantes da reunião do G20, denunciando o impacto devastador causado pela Braskem e pedindo a responsabilização das empresas por crimes ambientais.

O movimento questionou os valores de indenização propostos pela empresa, considerando-os insuficientes para cobrir os danos causados. Além disso, a Corte Internacional de Direitos Humanos foi acionada pelo Muvb em busca de compensações mais justas para as vítimas. Em julho, a Braskem foi condenada por um Tribunal da Holanda a indenizar nove vítimas do afundamento, abrindo precedentes para futuros processos.

Durante uma audiência na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), vítimas de outras tragédias no Brasil também cobraram uma responsabilização efetiva por parte das autoridades. A advogada Tâmara Biolo Soares, representante das vítimas, solicitou ação do Estado brasileiro para prevenir novas tragédias e punir os responsáveis pelos danos.

Em resposta, a Braskem afirmou estar adotando medidas para mitigar os impactos do afundamento do solo, incluindo a realocação preventiva dos moradores de áreas de risco. A empresa ressaltou que vem cumprindo acordos com as autoridades e já desembolsou mais de R$ 10,6 bilhões para compensar os danos causados.

O drama vivenciado pelos moradores de Maceió e de outras regiões atingidas por tragédias ambientais revela a urgência de uma ação mais efetiva por parte das autoridades e das empresas responsáveis, garantindo a justiça e a reparação adequada para as vítimas e a prevenção de novos desastres.

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