Em Marselha, ao sul da França, os manifestantes se reuniram em número ainda maior, pendurando um banner no Palácio da Justiça com a mensagem impactante: “Para que a vergonha mude de lado”. Já em Rennes, entre 200 e 400 pessoas empunharam cartazes com mensagens de apoio, como “Proteja sua filha, eduque seu filho” e “Gisèle, nós te amamos”.
A mobilização ganhou ainda mais força com a participação da designer gráfica belga “Aline Dessine”, que desenhou um cartaz com o rosto de Gisèle Pelicot, convocando mais pessoas a se juntarem à manifestação em apoio às vítimas de violência sexual.
Gisèle, de 71 anos, se tornou símbolo de coragem ao aceitar que o julgamento de seu ex-marido e dos 50 homens envolvidos no caso fosse público. O julgamento começou no dia 2 de setembro em Avignon, no sul da França, e vem despertando uma discussão importante sobre a cultura do estupro e a necessidade de enfrentar esse problema de forma mais ampla na sociedade.
Os participantes das manifestações reivindicaram que o caso não seja tratado como tabu e que a sociedade e as autoridades ajam de forma efetiva para combater a violência sexual. Diante da enxurrada de apoio e solidariedade, fica evidente a necessidade de uma mudança de paradigma e de uma postura mais ativa no enfrentamento desse tipo de crime.