Segundo informações da imprensa francesa, Pelicot, de 71 anos, deverá comparecer ao tribunal na terça-feira após ficar ausente por mais de uma semana por motivos médicos. Seu advogado, Béatrice Zavarro, afirmou que recebeu a confirmação de que o réu estará presente na audiência, adaptando-se às condições particulares de sua saúde.
O presidente do tribunal, Roger Arata, reportou que Pelicot foi submetido a exames e está lidando com problemas de saúde, como uma pedra nos rins, uma infecção renal e questões relacionadas à próstata. Por conta disso, o julgamento foi suspenso até o dia seguinte, para que o réu pudesse se recuperar.
O réu é acusado de dopar sua esposa com substâncias que permitiam que diversas pessoas a estuprassem ao longo de nove anos. Juntamente com ele, outros 50 homens enfrentam penas de até 20 anos de prisão por esses atos condenáveis.
O processo judicial tem atraído grande atenção pública na França e no mundo, gerando debates sobre o uso de drogas em agressões sexuais e o consentimento nas relações. Ainda assim, a ausência de Pelicot tem gerado críticas dos advogados, das partes civis e até do Ministério Público, que consideram a situação insustentável.
Por fim, a manifestação de 10 mil pessoas em apoio à principal vítima, Gisèle Pelicot, mostra que a luta contra a violência sexual tem ganhado força e mobilização. A expectativa é que o julgamento prossiga com a presença do réu e que a justiça seja feita em um dos casos mais chocantes recentes na França.