Repórter Recife – PE – Brasil

Brasil enfrenta onda de incêndios florestais e governo atribui a “terrorismo climático”, enquanto Lula declara falta de preparação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu, em uma reunião com os chefes dos três Poderes em Brasília nesta terça-feira (17), que o Brasil não estava totalmente preparado para lidar com a onda de incêndios florestais que assola o país. Ele lamentou a falta de preparação das cidades, estados e órgãos de defesa civil, bombeiros e brigadistas, ressaltando que poucas unidades possuem a estrutura necessária para lidar com a crise.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, atualmente 108 incêndios estão sendo combatidos em todo o país, enquanto outros 106 focos queimam sem intervenção. O governo anunciou que destinará 514 milhões de reais para lidar com a situação.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou que além da histórica seca que o Brasil enfrenta, alguns incêndios foram provocados por “terrorismo climático”, com pessoas colocando fogo nas florestas de forma criminosa. O governo estima que cerca de 18 milhões de hectares de florestas foram devastados pelo fogo, uma área equivalente à do Uruguai.

Lula também mencionou a possibilidade de “oportunismo de alguns setores” políticos por trás dos incêndios, citando um comentário do pastor evangélico Silas Malafaia, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, que teria falado em “botar fogo no Brasil”. Enquanto isso, centenas de bombeiros conseguiram controlar o grande incêndio que ameaçava áreas residenciais no Parque Nacional de Brasília.

Em São Paulo, as chuvas que ocorreram recentemente ajudaram a conter os incêndios, reduzindo o número de focos ativos de 520 para 25. No entanto, o impacto ambiental dos incêndios na Amazônia legal ainda será sentido nos próximos meses e até anos, com a liberação de toneladas de CO2 na atmosfera e emissões de gases de efeito estufa provenientes da decomposição da vegetação queimada. O Brasil já registrou um aumento significativo no número de incêndios em setembro, comparado ao mesmo período do ano passado, em meio à pior seca em 75 anos atribuída às mudanças climáticas.

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