Desafios climáticos ameaçam produção de alimentos e impactam preços no varejo, alerta economista da Ceagesp, com perspectivas de mudança em 2024.

A resiliência dos produtores de alimentos do Brasil continua sendo testada diante das variações bruscas do clima, que têm impactado a produtividade e os preços dos alimentos. O economista Thiago de Oliveira, da Ceagesp, alerta que os eventos climáticos podem afetar os preços do varejo já em 2024, caso não haja melhorias nas condições meteorológicas.

Os cítricos, como laranjas e limões, são os mais afetados pela seca e pelas condições instáveis do clima, o que pode impactar a produção e o tempo de colheita. Doenças como o Cancro Cítrico e o Greening também representam uma ameaça às plantações, com milhões de pés erradicados este ano em São Paulo. Segundo Oliveira, se as condições não melhorarem, os custos de produção aumentarão consideravelmente, refletindo nos preços tanto no atacado quanto no varejo.

No estado, as hortaliças também serão impactadas, especialmente em dezembro, devido ao clima seco que favorece a maturação e colheita, mas prejudica os ciclos de plantio. A inconstância climática do último ano tem dificultado o planejamento dos agricultores, principalmente os pequenos produtores, que não possuem diversidade de culturas em suas propriedades e enfrentam desafios financeiros.

Apesar da recente queda nos custos de produtos da cesta básica, como tomate e batata, há uma perspectiva positiva para a comercialização de frutas e verduras, com previsão de chuvas que beneficiarão a produção. No entanto, as queimadas que assolam o estado de São Paulo desde agosto representam um desafio adicional, sendo favorecidas pelo tempo seco. Apesar dos esforços para controlar os incêndios, ainda há municípios com focos ativos, mas a previsão é favorável para o controle e extinção das chamas.

Em meio a esses desafios, os produtores de alimentos do Brasil enfrentam um cenário complexo e incerto, com a necessidade de adaptação e resiliência diante das adversidades climáticas e dos impactos no mercado. É fundamental um esforço conjunto entre governo, produtores e consumidores para garantir a segurança alimentar e a estabilidade econômica do setor agrícola.

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