Há uma semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou a pavimentação de 20 km da rodovia, com planos de licitar mais 32 km de um trecho que possui licença ambiental desde 2007. O investimento previsto para a obra é de R$ 157,5 milhões, de acordo com o governo federal.
No entanto, Marina Silva alertou para a necessidade de uma avaliação técnica detalhada antes de qualquer decisão ser tomada. Ela criticou os atalhos que foram tomados ao longo dos anos, afirmando que não levaram a lugar nenhum. A ministra destacou que o governo Bolsonaro concedeu uma licença de forma apressada, sem considerar a posição dos técnicos.
A licença prévia para a pavimentação do trecho entre os quilômetros 250 e 656 foi revogada por uma decisão liminar da 7ª Vara da Justiça Federal em julho deste ano, e o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) posteriormente confirmou a decisão ao negar um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para suspender a liminar.
Marina Silva insistiu que é crucial realizar um estudo de avaliação ambiental estratégica para evitar o agravamento da grilagem e do desmatamento na região, que se encontra no coração da Amazônia. A ministra também expressou preocupação com o impacto negativo que a pavimentação da BR-319 pode ter na região, aumentando a seca, a estiagem e os incêndios florestais.
As declarações foram feitas durante uma entrevista ao programa “Bom Dia, Ministra”, do Canal Gov, onde Marina Silva abordou as medidas adotadas pelo governo federal no combate aos incêndios florestais. A ministra reforçou sua posição de que a obra de pavimentação da BR-319 deve ser cuidadosamente avaliada antes de prosseguir, a fim de proteger o meio ambiente e evitar impactos prejudiciais na região.