TJRJ determina desocupação da Uerj por estudantes em 24 horas; Multa pode ser aplicada em caso de descumprimento.

Na última terça-feira, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou que os estudantes ocupantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) desocupem os espaços ocupados, como a reitoria e o Pavilhão João Lyra Filho. A decisão é fruto de um pedido de reintegração de posse feito pela Uerj após a ocupação que teve início no dia 26 de julho em protesto contra mudanças nas regras para concessão de bolsas e auxílios de assistência estudantil aos graduandos.

O prazo dado pelo TJRJ para a desocupação é de 24 horas, contadas a partir da notificação. A juíza Luciana Losada Albuquerque Lopes, responsável pela decisão, concedeu uma liminar determinando a desocupação imediata dos espaços ocupados e a desobstrução de todos os acessos.

Durante a audiência de conciliação no Tribunal, representantes da reitoria da Uerj e estudantes envolvidos na ocupação participaram das negociações. A juíza ressaltou a importância de preservar o direito à reivindicação, mas estabeleceu horários específicos para exercer esse direito, sem prejudicar o regular funcionamento da universidade.

Entretanto, houve resistência por parte dos estudantes após a decisão judicial. Um dos réus na ação, Gabriel Menezes, manifestou apoio aos estudantes e criticou a postura da universidade em recorrer ao Judiciário, sem dialogar previamente com os alunos.

Além disso, os estudantes reivindicam a revogação do Ato Executivo de Decisão Administrativa 038/2024, que altera as regras para concessão de auxílios e bolsas de assistência estudantil na Uerj. As novas medidas estabelecidas pela universidade excluem aproximadamente 1,2 mil estudantes que não se enquadram nos critérios estabelecidos.

Durante o movimento, houve confrontos entre estudantes e a universidade, resultando em publicação de novos atos executivos pela Uerj para estabelecer um regime de transição para os critérios de concessão de bolsas e auxílios. Entre as medidas de transição estão o pagamento de bolsa de transição, auxílio-transporte e auxílio-alimentação para estudantes em situação de vulnerabilidade social.

Apesar da decisão judicial, o movimento estudantil promete recorrer e manter a luta pelos seus direitos e reivindicações na Uerj. A situação continua tensa e polarizada, com as partes envolvidas buscando uma solução para o impasse.

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