Repórter Recife – PE – Brasil

68% dos municípios brasileiros estão em alto risco para poliomielite, alerta consultora da OPAS durante conferência em Recife.

O Brasil enfrenta um cenário preocupante em relação ao risco de reintrodução da poliomielite, conhecida como paralisia infantil. Dos 5.570 municípios do país, 3.781 estão classificados como em alto ou muito alto risco para a doença, o que representa 68% do total. A situação foi apresentada durante a 26ª Jornada Nacional de Imunizações, em Recife, e causa apreensão entre os especialistas.

A consultora em imunizações da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Franciele Fontana, destacou a gravidade do quadro ao observar a predominância de municípios em risco elevado, representado pela cor vermelha no mapa de classificação de risco. A pólio foi erradicada no Brasil em 1994, mas a falta de cobertura vacinal adequada vem contribuindo para a vulnerabilidade do país em relação à doença.

A Comissão Regional de Certificação para a Erradicação da Pólio na Região das Américas detectou que o Brasil, juntamente com o Haiti e a República Dominicana, está em risco muito alto de reintrodução do poliovírus. Isso ocorre mesmo após uma série histórica de campanhas de vacinação em massa que culminaram na erradicação da pólio no território nacional.

As coberturas vacinais contra a poliomielite têm apresentado queda nos últimos anos, ficando abaixo da meta de 95% estabelecida. Em 2022, a cobertura foi de 77,19%, aumentando para 84,63% em 2023. No entanto, os números ainda estão distantes do ideal, o que representa um desafio para as autoridades de saúde.

Diante desse quadro preocupante, a comissão emitiu recomendações ao Brasil, incluindo a investigação das causas das baixas coberturas vacinais, a priorização da vacinação nos municípios de alto risco e a realização de um exercício de simulação para avaliar a resposta a um eventual surto da doença. A necessidade de manter as salas de vacina abastecidas e os serviços de saúde preparados para detectar casos de poliomielite também foi ressaltada.

Em suma, é fundamental que o país adote medidas eficazes para aumentar a cobertura vacinal contra a poliomielite e garantir a proteção da população, especialmente das crianças, contra essa doença potencialmente grave.

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