Aumento da taxa Selic é criticado por políticos e setor produtivo, ameaçando recuperação da economia e indo na contramão do cenário mundial.

Nesta semana, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de interromper o ciclo de cortes da taxa Selic gerou controvérsias e críticas por parte de políticos e do setor produtivo. A elevação dos juros básicos da economia para 10,75% ao ano foi vista como uma ameaça à recuperação econômica, especialmente considerando o cenário internacional, no qual os Estados Unidos iniciaram cortes na taxa de juros.

A presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffman, utilizou a rede social Bluesky para expressar sua insatisfação com a decisão do Copom, classificando-a como injustificada. Segundo ela, o aumento da Selic para 10,75% ao ano representa um impacto negativo na economia, resultando em um custo adicional de R$ 15 bilhões para a dívida pública, prejudicando áreas como educação, saúde e meio ambiente.

Organizações como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) também se posicionaram criticamente em relação à medida adotada pelo Copom. A CNI considerou a elevação dos juros como excessiva para controlar a inflação, destacando que a ação irá impor restrições adicionais à atividade econômica, impactando negativamente emprego e renda.

Por sua vez, a Firjan classificou a decisão como precipitada, ressaltando que a conjuntura atual não demonstra de forma clara um risco inflacionário que justifique a elevação dos juros. O setor industrial, segundo a Federação, tem sido prejudicado pelo elevado patamar de juros, o que tem impactado negativamente a capacidade de investimento no país.

As críticas à decisão do Copom também partiram de centrais sindicais, como a CUT e a Força Sindical. Para essas entidades, o aumento dos juros básicos prejudica a economia e a população, representando um “prêmio aos especuladores”. O impacto da elevação da Selic nos gastos do governo com juros dos títulos públicos foi destacado, evidenciando um cenário desafiador para o desenvolvimento econômico do país.

Diante das avaliações divergentes em relação à decisão do Copom, o debate sobre a política monetária e seus efeitos na economia continua em pauta, com diferentes setores expressando preocupações e questionamentos sobre o rumo adotado pelo Banco Central.

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