Repórter Recife – PE – Brasil

Copom decide nesta quarta-feira se mantém ou eleva a taxa Selic diante da indecisão causada pela alta do dólar e impacto da seca nos preços.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) está em meio a decisões cruciais nesta quarta-feira (17). O principal tema em pauta é a possibilidade de aumento da taxa básica de juros, a Selic, com a recente valorização do dólar e os impactos da seca sobre o preço de energia e alimentos gerando incertezas entre os membros do colegiado.

Na última reunião, realizada no final de julho, o Copom alertou para a necessidade de cautela diante do cenário econômico nacional e internacional. De acordo com analistas do mercado financeiro consultados pelo boletim Focus, a expectativa é de um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros durante esta reunião, elevando-a para 11,25% ao ano até o final de 2024.

Após um ano de estabilidade, a taxa Selic sofreu seis cortes de 0,5 ponto percentual e um corte de 0,25 ponto entre agosto do ano passado e maio deste ano. Nas últimas duas reuniões, em junho e julho, a decisão foi de manter a taxa em 10,5% ao ano, o menor nível desde fevereiro de 2022.

A possibilidade de aumento nos juros é motivada, em grande parte, pela valorização do dólar e pelos gastos públicos crescentes, que têm pressionado a inflação. O IPCA, índice oficial de inflação, ficou negativo em 0,02% em agosto, resultado da redução dos preços de energia, que estão previstos para subir a partir de setembro devido à bandeira tarifária vermelha.

A seca prolongada também tem impactado o preço dos alimentos, conforme alertado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Mesmo com a inflação acumulada em 4,24% nos últimos 12 meses, próxima do limite máximo da meta estabelecida pelo CMN, o IPCA ainda está dentro das projeções para 2024.

A decisão do Copom em relação à Selic é crucial para o controle da inflação e para o estímulo da economia. A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para manter a estabilidade econômica, e suas decisões têm impacto direto no mercado financeiro e nas taxas de crédito para consumidores e empresas. A meta de inflação estabelecida para este ano é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

O próximo relatório de inflação do Banco Central, a ser divulgado no final de setembro, trará novas projeções sobre a economia nacional e as perspectivas para o restante do ano. Enquanto isso, analistas e investidores aguardam com expectativa a decisão do Copom e seus potenciais desdobramentos para a economia brasileira.

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