O estudo foi realizado através do SAD Cerrado (Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado), que utiliza imagens de satélite para identificar mudanças na vegetação ao longo do tempo. O Cerrado, que é o segundo maior bioma do Brasil e altamente diverso, possui três tipos principais de vegetação: savânica, florestal e campestre.
No período analisado, as formações savânicas do Cerrado, que ocupam a maior parte do bioma, foram as mais destruídas, contribuindo com 88 milhões de toneladas de CO2 emitidas. As queimadas nas formações florestais geraram cerca de 37 milhões de toneladas, enquanto a destruição das formações campestres resultou na emissão de aproximadamente 10 milhões de toneladas.
Particularmente na região conhecida como Matopiba – composta pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – o desmatamento tem sido alarmante. Os incêndios nesses estados resultaram na emissão de 108 milhões de toneladas de CO2, representando 80% do total registrado no bioma.
No ranking dos estados da Matopiba, Tocantins liderou com mais de 39 milhões de toneladas de dióxido de carbono liberadas. Em segundo lugar, o Maranhão contribuiu com 35 milhões de toneladas, seguido pela Bahia com 24 milhões e o Piauí com 11 milhões. Outros estados que também apresentaram emissões devido ao desmatamento foram Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia, Distrito Federal e São Paulo, enquanto no Paraná não foram identificadas emissões.
Esses dados alertam para a urgência de ações efetivas de combate ao desmatamento e às queimadas no Cerrado, visando mitigar os impactos ambientais e as emissões de gases de efeito estufa na região. A preservação do Cerrado é essencial não apenas para a biodiversidade local, mas também para o equilíbrio ambiental global.