O levantamento mostrou que o percentual de casos de racismo entre alunos aumenta significativamente entre os professores do ensino fundamental II, atingindo 67%. Já no ensino fundamental I, o índice é de 48%, enquanto no ensino médio, o percentual é de 47%. Esse dado reflete a percepção dos professores em relação a situações de discriminação racial que ocorrem no dia a dia das escolas.
A coordenadora do Observatório Fundação Itaú, Esmeralda Macana, ressaltou que a percepção dos professores em relação ao racismo varia entre brancos e negros, demonstrando que 56% dos professores negros reconhecem a existência dessas situações, em comparação com 48% dos professores brancos. Além disso, a pesquisa revelou que 13% dos estudantes negros discordam de se sentirem respeitados pela sua aparência, enquanto entre os brancos, o índice é de 8%.
A pesquisa foi realizada em duas etapas, analisando o clima escolar e o enfrentamento ao racismo em diversas escolas do país. Entre os dados levantados, destacou-se que a sensação de acolhimento dos alunos diminui à medida que avançam nas etapas de ensino, sendo mais alta nos anos iniciais do ensino fundamental e reduzindo no ensino médio.
Esmeralda ressaltou a importância de medidas estruturais para enfrentar o racismo nas escolas, envolvendo não apenas os professores, mas também a comunidade, funcionários e familiares dos alunos. A promoção de um clima escolar positivo, com currículos enriquecidos com arte, cultura e ensinamentos sobre relações étnico-raciais, é fundamental para prevenir situações de discriminação e violência.
Portanto, a pesquisa aponta para a necessidade de ações concretas e integradas para combater o racismo nas escolas e promover um ambiente educacional mais inclusivo e respeitoso para todos os estudantes.
