“Como diz (o governo que) é a marcha de Evo, decidi me retirar da marcha”, afirmou Morales, que liderou a caminhada iniciada na terça-feira em Caracollo, a 190 km ao sul de La Paz. Mesmo com sua saída, o ex-presidente deixou claro que a marcha seguirá, com ou sem sua presença.
A marcha, que conta com mais de 5.000 apoiadores de Evo Morales, estava a 140 km ao sul de La Paz até a última quarta-feira. O ex-presidente reafirmou que o protesto é contra seu ex-afilhado político Arce, devido à crise econômica, falta de dólares e combustíveis.
Por outro lado, o governo argumenta que a manifestação liderada por Morales tem como objetivo pressionar o Judiciário e o órgão eleitoral para aceitarem sua candidatura nas eleições presidenciais de agosto de 2025. A Constituição boliviana impede Morales de concorrer novamente, já que exerceu dois mandatos consecutivos e perdeu um referendo para buscar um terceiro mandato.
A tensão política se intensificou com confrontos registrados entre apoiadores de Arce e seguidores de Morales em Vila Vila, resultando em 26 feridos. O ministro da Justiça alertou que o governo vai agir para garantir que os protestos não prejudiquem os interesses dos cidadãos.
Desde a segunda-feira, indígenas ligados a Morales instalaram sete bloqueios rodoviários nos Andes, complicando o trânsito entre La Paz e o Lago Titicaca. A situação política na Bolívia segue incerta e sob intensa vigilância internacional.