Repórter Recife – PE – Brasil

Senador critica decisão judicial que anula acordos da Lava Jato no valor de R$ 25 milhões e alerta para “calamidade moral” no Brasil.

O senador Eduardo Girão, do Novo-CE, fez duras críticas à decisão do juiz Guilherme Roman Borges, da 13ª vara Federal de Curitiba, que anulou acordos de colaboração premiada e de não persecução penal de Jorge Luiz Brusa, no valor de R$ 25 milhões. Brusa, que esteve envolvido na Operação Lava Jato, foi acusado de lavagem de dinheiro com base em provas materiais e testemunhais.

Durante seu pronunciamento no Senado nesta terça-feira, Girão fez questão de ressaltar a importância e os resultados alcançados pela Lava Jato ao longo dos anos. Com 79 fases, a operação conseguiu promover 195 denúncias, 244 ações penais, 1.921 mandados de busca e apreensão, 560 prisões e 981 condenações de políticos corruptos e empresários envolvidos em esquemas de corrupção. Além disso, foram realizados 278 acordos de colaboração premiada e de leniência, com a promessa de devolução de R$ 22 bilhões aos cofres públicos ao longo de 20 anos.

O senador também chamou a atenção para a anulação de outros processos, como os de Glauco Legatti e Djalma Rodrigues, e alertou sobre a existência de 26 petições semelhantes no Supremo Tribunal Federal. Girão posicionou-se de forma contundente contra o que chamou de “calamidade moral” no país, atribuindo parte da responsabilidade ao STF e à sua postura em relação à corrupção e à impunidade.

Além disso, o senador fez menção ao caso de Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras, que devolveu meio bilhão de reais aos cofres públicos. Ele destacou a gravidade da situação ao questionar se o dinheiro roubado deveria ser devolvido a Barusco, evidenciando a inversão de valores existente na sociedade brasileira.

Girão também cobrou do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a abertura do pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF. O senador argumentou que existem motivos válidos para a análise do impeachment, citando o respaldo de 157 deputados federais e mais de 1,5 milhão de brasileiros no pedido.

Diante de um cenário de instabilidade política e judicial, Girão reforçou a necessidade de combater a corrupção e garantir a punição dos envolvidos em esquemas ilícitos, além de cobrar transparência e responsabilidade das autoridades competentes.

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