Crise alimentar em Cuba: “Pão reduzido, arroz limitado e óleo escasso”, afirma moradora de Havana Velha.

Na ilha de Cuba, a crise econômica e alimentar está atingindo níveis alarmantes, conforme relatado por Linorka Montenegro, após sair de um armazém de distribuição de alimentos subsidiados. Essa cubana de 55 anos observa com preocupação a escassez de alimentos básicos que tem marcado a vida dos cidadãos cubanos nas últimas seis décadas.

A situação é desesperadora, com a falta de produtos essenciais como arroz, sal, óleo e café, que estão escassos e quase impossíveis de encontrar. Em um país onde a população depende fortemente dos alimentos subsidiados pelo governo, as dificuldades só aumentam.

Recentemente, o Ministério da Indústria Alimentar revelou que uma embarcação com carga de trigo aguardava no porto de Havana sem poder descarregar devido à falta de financiamento. A compra de trigo, essencial para a produção do pão racionado no país, está aquém do necessário, o que resultou em uma redução temporária no tamanho do pão subsidiado.

Rosalía Terrero, uma moradora de 57 anos de Havana, é uma das muitas pessoas afetadas pela crise. Ela destaca a dificuldade de alimentar sua família com apenas sete pães por dia, sendo que parte dos idosos que recebem apenas um pão diário sofrem ainda mais.

A situação é tão severa que a ministra do Comércio Interno, Betsy Díaz, alertou que este mês não haverá óleo nem café disponíveis. Os cubanos se veem obrigados a enfrentar altos preços em lojas privadas, autorizadas há apenas três anos, ou em estabelecimentos estatais que só aceitam moeda estrangeira.

Essa crise profunda é atribuída em parte ao embargo dos Estados Unidos em vigor desde 1962, que representa uma perda anual de mais de US$ 5 bilhões para a economia cubana. A desvalorização da moeda, a queda na produção agrícola e a alta inflação agravam ainda mais a situação.

Os cidadãos cubanos enfrentam um cenário sombrio, com a incerteza sobre a disponibilidade de alimentos básicos e a preocupação constante com a capacidade do governo em suprir as necessidades mais fundamentais da população. Enquanto o país enfrenta sua pior crise em décadas, a esperança de uma melhora está cada vez mais distante.

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