A decisão foi motivada pela avaliação dos dirigentes camponeses, indígenas e trabalhadores de que a presença de Morales à frente da marcha é fundamental. O grupo partiu da cidade de Caracollo, a 190 km ao sul de La Paz, e chegou a Lahuachaca, a 140 km da capital boliviana, na quarta-feira.
O ex-presidente havia anunciado sua saída do protesto para evitar associações com objetivos pessoais, já que o governo o acusava de promover um golpe contra Arce e almejar vantagens eleitorais. No entanto, Morales reafirmou seu compromisso com a marcha, destacando que esta é uma manifestação contra as políticas de seu ex-afilhado político, Arce, em meio a uma crise econômica e escassez de recursos.
Enquanto o governo argumenta que a marcha liderada por Morales busca apoio para sua candidatura nas eleições presidenciais de 2025, o Executivo reitera que Morales não pode concorrer devido a restrições constitucionais. A disputa de liderança entre Arce e Morales se intensifica, com confrontos registrados entre seguidores de ambos os lados em diversos pontos do país.
Diante da escalada de tensões, o governo anunciou que tomará medidas para garantir o cumprimento da Constituição e evitar que os protestos prejudiquem os cidadãos. Enquanto os seguidores de Morales mantêm bloqueios rodoviários nos Andes, a situação política na Bolívia segue tumultuada, com desdobramentos imprevisíveis nas próximas semanas.