O território em questão tem sido o epicentro de um conflito fundiário prolongado, que ganhou ainda mais destaque com a trágica morte do jovem Neri da Silva Guarani Kaiowá, de 22 anos, assassinado com um tiro na cabeça por um policial militar.
Diversos representantes, incluindo a deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG), expressaram preocupação e indignação com a situação na região, destacando a violência crescente e a necessidade urgente de demarcação das terras indígenas. A deputada Célia Xakriabá denunciou a manutenção da Lei 14.701, conhecida como Lei do Genocídio, e instou a suspensão de leis que perpetuam a violência contra os povos indígenas.
Sonia Guajajara reforçou em suas redes sociais que o direito pleno à Terra Indígena poderia ter sido garantido aos guarani kaiowá, mas a tramitação do processo foi interrompida e não houve uma finalização adequada, mesmo diante de um cenário de crescentes ataques.
A Terra Indígena Ñande Ru Marangatu foi declarada para posse e usufruto exclusivo e permanente do povo guarani kaiowá em 2002. No entanto, a homologação das terras foi suspensa pelo ministro Nelson Jobim, do Supremo Tribunal Federal, até que a ação fosse julgada pelos ministros da Corte.
Além disso, o estado de Mato Grosso do Sul tem sido palco de inúmeras disputas e episódios de violência contra os povos indígenas. A Comissão Guarani Yvyrupa classificou as ações recentes na região como um “ataque paramilitar coordenado”, apontando o envolvimento de pessoas ligadas ao agronegócio nos crimes e repressões.
Em meio a relatos de tortura contra crianças, assassinatos brutais e a falta de eficácia das políticas públicas para proteger os indígenas, a cobrança por uma solução para os cercos sistemáticos contra os povos indígenas do Mato Grosso do Sul tem sido cada vez mais incisiva. A violência e a injustiça continuam a assolar essas comunidades vulneráveis, exigindo ação imediata e responsável por parte das autoridades competentes.